sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O Cômico Trágico

Não é raro, diante do cenário trágico, encontrarmos pessoas que acham cômico.
Riem, parece engraçado, se divertem e completam com o pre-pa-ra, adorooo...e com a cara “tudo dentro da normalidade”, diante do que simplesmente, não é.
A gente ri, se diverte, do jovem que bebe. Da menina que apronta. Da balada e noitada “boa”.
É engraçado imaginar alguém beijando 99898966 pessoas em um dia só.
É divertido o moço e a moça que bebem frequentemente.
É maravilhoso ver a criançada acompanhando a moda sexy, “tipo periguete”.
Mais lindo ainda a apreciação da música de baixo calão.
Tudo normal.
Normal uma criança ser um mini-adulto.
Normal um jovem beber e perder a hora para ir trabalhar, ou trabalhar de ressaca.
Normal às pessoas dizerem que querem um relacionamento sério que dure mais de uma semana ou uma noite.
Normal.
Anormal é a maneira como enxergam o resultado disso.
Querem beber todo dia, mas não querem ter responsabilidade.
Querem beijar a população per capita da cidade, mas querem um relacionamento sério.
Querem ouvir músicas de sentido duplo e achar que têm cultura.
Querem ser “Globista” e acreditarem em tudo, mas não leem jornal, revistas e livros.
Quer ter sucesso profissional, pessoal, felicidade, amor, paz e plantam solidão.
Querem tudo para ontem, mas não enxergam o amanhã.
Querem respostas e não sabem a pergunta.
O cômico trágico. Ou seria trágico se não fosse cômico?

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O poder do silêncio

Existe um ditado que diz: “o peixe, morre pela boca”.
Talvez seja um ditado simples, óbvio e aparentemente sem nenhuma filosofia elaborada.
Trazendo isso para o contexto do nosso dia-a-dia, quantas vezes morrem em nós coisas por palavras advindas de outras pessoas?
Muitas vezes matamos sonhos, expectativas, sentimentos, sorrisos.
E por isso cometemos nosso próprio suicídio. Matamos-nos. Morremos na vida, no sentimento, no coração e no pensamento de muita gente boa, de muita gente que quer o nosso bem e que na grande maioria das vezes nos amam.
Às vezes é melhor não dizer nada, do que abrir a boca para dizer coisas ofensivas, sem conteúdo e sem base, palavras desnecessárias.
Podemos dizer a mesma coisa, de diversas formas. Muitas vezes é a maneira como dizemos que magoa, que fere.
Palavras. Quantas delas nos atormentam?
Quantas delas dizemos e nos arrependemos?
Depois de dizer, arrepender-se não é feio, porém, corrigir é difícil.
Não se morre pela língua. Mas se mata por ela.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

TÔ velha?!?

Autoanalisando-me, sinto que estou ficando velha.
Já não tenho paciência para brincadeira sem graça.
Sinto que na grande maioria das vezes, a moda não é minha identidade.
Não tenho o sonho Walt Disney, a Europa me espera.
Não tenho saco para programas de humor bobo, novelas sem conteúdo, roteiros mal escritos.
Não tenho a menor vontade de ouvir qualquer música e ler qualquer coisa.
Não fico procurando agradar gregos e troianos.
Hoje sou seletiva.
Seleciono quais piadas de verdade me fazem rir.
Seleciono quais amigos e pessoas, quero ao meu redor.
Seleciono as viagens e lugares que eu quero conhecer para impressionar somente a minha pessoa.
Seleciono o que assistir.
Seleciono o que ler e o que ouvir.
Seleciono quem me agrada.
Já não faço mais o socialmente. Porque quem faz o social, mente.
Hoje tenho consciência do que quero, do que posso e do que me prende e faz feliz.
Tô velha? Tô chata?
Não! Eu estou madura!
Sem paciência para criancice.