quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Moldar ou Modelar?

Pode parecer à mesma coisa, mas não é.
Tem pessoas que moldam umas as outras e outras que modelam.
Moldar alguém é colocar essa pessoa dentro de uma medida, um vazio, em que ela se acostuma e não sabe criar outra forma. Fica ali presa, não vai nem para frente, nem para trás sem que alguém a molde outra vez. Quando tenta sair de dentro do molde, é como se estivesse borrando seu desenho e ai se choca e não consegue fazer um novo contorno.
São pessoas assim, que vivem presas a ensinamentos sem os questionar. Que acreditam em tudo, que não sabem viver sem ter uma sombra ou um líder a seguir. É impressionante.
Ficam atrás de exemplos para poder fazer igual. São aquelas pessoas criadas não para viver a vida, mas para levar a vida onde der para levar.
Ficam presas as coisas. As pessoas. E sofrem porque não conhecem nada além do seu molde.
Ensinaram que sempre deve ficar quieto, nunca se posicionar e que se fizer algo errado sempre haverá um lugar onde se esconder.
 São os filhos que não saem da barra da saia da mãe nem depois de adultos. São os adultos que não cresceram. São os manipuláveis.
E está cheio disso na sociedade.
Quem nunca ouviu: “aos poucos você vai moldando essa pessoa”...  
Quando ouvimos alguém dizer isso, significa que aos poucos vai fazer com que a pessoa haja como o outro quer, não como a pessoa quer agir.
Modelar é o que o artesão faz. Diferente do molde que fica tudo igual.
O artesão modela sua peça com carinho, vai ajudando a peça a criar suas formas, seus contornos, sua própria identidade. E mesmo depois da obra pronta, inventa e reinventa quando quer dar uma cara nova a algo existente.
Modelar uma pessoa é ensiná-la os princípios de uma boa conduta. Ensinar a enfrentar os desafios, vencendo uma batalha por vez. Sem precisar sofrer por se posicionar, por enfrentar algo ou questionar. Claro que isso é diferente de ser rebelde.
Saber ter opinião e questionar é saber pensar.
Criar a própria identidade. Sem precisar ficar preso a limites e sombras de outros.
É saber viver. Fazer aquilo que acredita ser o melhor para si, sem ficar se preocupando com aprovações generalizadas. Alguém conhece alguma pessoa que agrada todo mundo?
Pessoas que possuem essa consciência sofrem menos, sorriem mais e vivem.
Talvez não devêssemos moldar as pessoas, mas sim modelar. Contribuir para que criem suas próprias formas, seus gostos, sua identidade, sua maneira de ser. Tornando-a uma peça original por suas características únicas.
Não façamos pessoas cópias de ninguém, vamos dar brilho e liberdade para que descubram por si, o que realmente são.

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