sexta-feira, 30 de agosto de 2013

E o jogo do contente?




Dias destes lembrei-me dos meus tempos de adolescente, era sonhadora e otimista.
Acreditava mais nas pessoas, no mundo, na humanidade. Que aquela música utópica “Imagine” na voz de John Lennon poderia um dia acontecer.
Com o tempo fui ganhando maturidade, aprendendo com os erros, acertos e escolhas.
Algumas vezes me tornei cética. Deixei de acreditar em dias e pessoas melhores. Mas a maturidade também me trouxe leveza, ao ponto de hoje não me preocupar tanto com a opinião do outro, a menos que essa opinião venha das pessoas que mais amo.
E de repente me lembrei do famoso jogo do contente. Será que hoje em dia alguma menina ainda lê Pollyanna de Eleanor H. Porter?
Agora adulta, parece até um pouco estranho, estou pensando em voltar a praticar esse tal jogo.
Afinal o que é esse jogo do contente? É ver sempre o lado bom das coisas.
Talvez eu precise mais ver o lado bom das coisas que acontecem, das pessoas que estão ao meu redor.
Eu sei agradecer a Deus e reconhecer todas as coisas boas que Ele me faz. Agradecer pelas conquistas.
Mas e nos dias que algo me deixa triste? Que não sai como eu quero?
Eu na minha condição pequena de ser humana, não entendo.
Mesmo que já tenha aprendido em outras oportunidades da vida que ás vezes o melhor não era o que eu queria naquele momento, era realmente a opção que a vida me deu.
Porém...até aceitar!
Estou eu cá com meus botões: agora essa leitura de alguns poucos anos atrás, pode me servir!
Comecei praticando hoje.
Veja o lado positivo:
"Graças a Deus, é sexta-feira! É vida que segue!" (Chico Pinheiro)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Arquiteta de minha vida



Estou aprendendo a construir.
Construir é uma arte difícil e ao mesmo tempo bela.
Não estou aprendendo a construir com tijolos e cimentos. Estou construindo relações.
Algumas relações começaram com um alicerce firme e hoje possuem um cômodo grande. Nestes cômodos estão aquelas pessoas de extrema importância. Família que muitas vezes não é aquela de sangue, mas aquela que faz parte da nossa história. São pessoas que quando olhamos fotografias antigas, estão sempre por lá. E se não estão nas fotografias, estão na memória de momentos vividos, alguns com grande intensidade, outros nem tanto. Mas que de maneira alguma perderão importância na nossa vida.
Existe aquela relação em que o alicerce não foi tão bom e com isso vieram às trincas. Rachaduras que muitas vezes podem abalar toda a construção. Para estas pessoas ainda damos oportunidades, porque embora a parede já esteja um pouco abalada, talvez ao longo do tempo esta construção tenha tido coisas belas.
Para outros estou construindo pontes: pontes nos ligam de um lado para o outro, onde o meio é o abismo. Talvez a isso chamamos de perdão. Pessoas a quem aprendemos a perdoar e a fazer a travessia de ida e de volta. Ás vezes o perdão é algo tão difícil que nos esquecemos da ponte e lembramos mais do abismo e ai é quando devemos nos lembrar de que somos humanos e pedir ajuda para Deus.
Existe aquela construção que está antiga, precisando ganhar novas cores. Será que não estamos esquecendo de pessoas tão significantes na nossa vida? Algumas relações merecem ganhar cores, decorações, enfeites. Ás vezes são as relações mais próximas é que estão sem vida, apagadas por comodidade, simplesmente porque estão sempre ali. Sabemos onde encontrar. Mas um dia se continuarmos esquecendo de cuidar do que está construído, pode ser que tudo se danifique e que de tão abandonado, tenhamos que construir tudo de novo.
Existe aquela relação que de tanto construir e derrubar, merecem serem demolidas. Não porque devemos ter ódio ou desejar o mal. Não é isso. São relações que de tanta insignificância, não nos agregam. Se insistirmos corremos o risco de sofrermos algum acidente com as partes que vão sendo derrubadas aos poucos.
Ainda existe a porta na construção de tudo isso. A porta existe para abrirmos e fecharmos sempre que for necessária. Com a porta nos abrimos para novos relacionamentos, novas pessoas na nossa vida. Fechamos portas quando não queremos que o outro adentre dentro de um ambiente em que muitas vezes não foi convidado a entrar, até insiste, toca a campainha, mas a decisão de abrir está ao lado de quem tem a chave.
As janelas servem para de vez em quando abrirmos as cortinas e lembrarmos-nos do que e de quem vale a pena.
E existe o muro. O muro é o mais difícil. É ele que determina espaço. É por limite. E por limite às vezes machuca. Ás vezes dá briga. Alguns querem o muro um pouco mais pra lá, eu às vezes o quero um pouco mais para cá. Até chegar ao senso comum, pode ser que haja muitos atritos, até entender o limite que o outro pode chegar, até o outro entender o limite que estou dando.
Para alguns ainda tem o portão, que está sempre trancado. Mas de vez em quando nos permite abrir. Estas são as pessoas que temos que manter por conveniência, fazer o que chamamos de social. Elas estarão sempre por perto, rondando a nossa vida.
Ainda tem a relação que nos aprisiona. O outro constrói uma prisão e nos quer inserir dentro dela. Dessas relações tenho aprendido a distanciar e não dar ao outro a chance de me aprisionar em coisas que me farão escravas. Escravas de mágoa, de tristeza, raiva, ressentimento.
Aos imprescindíveis construí um patrimônio tombado. Aquele que não se pode demolir. De vez em quando restaurar, mas jamais eliminar.
E assim estou aprendendo a construir e a demolir, a fazer pontes, delimitar espaço e a fugir de prisões.
Só o amor constrói.
Eu: arquiteta de minha vida. Simplesmente isso!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O tempo

Quanto ao tempo, não me restam dúvidas: é veloz, passageiro e único.
Diante dessa certeza: a vida passa depressa e nada dura à eternidade.
Nem os momentos bons, nem os ruins, nem eu, nem você.
Tenho parado e observado muitas coisas em minha vida.
Cheguei a algumas conclusões. A vida passa num piscar de olhos, não quero mais desperdiçar meu tempo.
Estou me afastando de coisas e pessoas que não agregam valor algum a minha vida. Quero ser feliz!
Ficar perto de pessoas negativas, invejosas e que de alguma maneira me causam mal estar é desperdiçar meu bem mais precioso (a vida) com bobagens.
Quanta coisa perdemos por esquecer que o relógio da vida não para?
Quanto ressentimento bobo, quanta grosseria tola, egoísmo fútil, falta de amor, solidariedade...quantas e quantas ações desnecessárias teremos que cometer para aprender a valorizar as pessoas?
As pessoas são o que são em sua essência. Que eu não queira mudar o outro, que seja eu a mudança. Que minha mudança seja diária.
Que eu não perca mais tempo, a fé, o brilho e a esperança de que as pessoas podem sim serem melhores do que eu penso. Que meu olhar diante do outro seja brando e terno. Que eu julgue menos e ame mais.
É apenas isso que desejo para hoje: um dia bem vivido, sem desperdício de um segundo sequer!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Felicidade infeliz

Acho um pouco estranha a felicidade que se realiza sobre a infelicidade alheia.


Diria um tanto egoísta da parte da pessoa que comemora quando o outro está mal por algum problema.


É no mínimo terrível ver como as pessoas deixam de viver suas vidas para viver a vida alheia, acompanham a trajetória do outro e nessa deixam a própria vida para trás.


Vejo frases do tipo: encontrei uma amiga antiga e estou feliz, nossa minha vida está melhor que a dela. Ou: nada melhor ver que a ex ou o ex está feio (a), gordo (a), pobre...sei lá cada comemoração banal.


Sou do tipo que reza para que meus amigos, ex alguma coisa, ou qualquer pessoa que passe pela minha vida, estejam bem. Não porque sou o amor em pessoa. É porque aprendi desde cedo que devemos desejar o bem ao próximo.


Não é demagogia.


Sou do tipo que acredita que o bem que eu faço volta pra mim. E o mal também.


Não sou dona da minha vida ao ponto de saber o meu amanhã. Então hoje posso estar bem, rindo da desgraça dos outros e amanhã ser eu o alvo da risada. A vida dá voltas, o mundo é redondo e o tempo ensina.


Então diante disso, penso ser um tanto infeliz comemorar a desgraça do outro.


Uma pobreza sem fim. Pobreza de caráter, de espírito, de sensibilidade, de motivos reais de sorriso.


Eu heim!? Eu quero é ser feliz, com aquilo que tenho, com o que posso, com os meus sentimentos verdadeiros, de alma limpa, coração aberto, consciência tranqüila e paz de espírito!


Se para estar alegre é preciso que o outro seja triste, significa que a vida e o coração estão vazios. Vazios de amor, de sorrisos, de sentimentos.


Tem mais um problema nisso tudo: será que as pessoas que são desse tipo, são felizes de verdade?


Será?


Felicidade infeliz! Hipócrita e mesquinha.

Onde falta amor, falta tudo.




segunda-feira, 26 de agosto de 2013

E se...

O "se" é uma probabilidade inexistente. E tem gente que vive no "se". Possuem uma coleção de "se" que não leva a lugar nenhum. Nada muda se não houver uma decisão, uma atitude.
Viver remoendo passado, colecionando coisas que poderiam ter sido e não foram, só nos fazem perder tempo, ânimo, sonhos. A vida acontece no hoje.
Não dá para viver pensando e se eu tivesse feito isso, se tivesse escolhido aquilo, se as coisas tivessem acontecido assim, se eu não tivesse dito certas palavras...e se...
E "se" não resolve nada.
Ninguém é feliz no "se".
Saibamos aceitar nossas escolhas, mudar o que não está bom, deixar o passado para trás, viver o presente semeando o futuro.
Viver no se, é viver sem perspectiva.
Presos a coisas que não foram, nem nunca serão.

sábado, 24 de agosto de 2013

O excesso de TV


Já cantava os TITÃS anos atrás: “a televisão me deixou burro, muito burro demais”.
Dia destes, eu e meu marido fomos visitar um casal de amigos.
Um casal bacana, já meia idade, nem idosos, nem tão jovens.
E sai da casa deles maravilhada com uma coisa: a sala de visitas.
A sala não era nada tão chique, fora dos padrões. Não tinha nada de ouro, nem excessos de decoração, nem tão pouco cheia de detalhes como essas da revista CASA COR.
Ela era grande, aconchegante, tinha de tudo, sofá, porta retratos, mesinha de centro, um aparador, uma mesa para jantar, poltronas, um aparelho de som. Completa!
Ah isso mesmo completa. Ai você deve estar se perguntando: e a TV?
Pois é, não tinha TV. E em momento algum sentimos falta dela.
Reparei porque ao sair, falei pro meu marido: _ “à medida que a vida for melhorando quero uma casa com uma sala enorme”. Falando nos detalhes lembramos que não vimos uma TV ali.
Há muito tempo não ia à casa de alguém em que houvesse um diálogo tão gostoso, que as pessoas olhassem uma para as outras na hora de se conversar. E vi que a TV muito nos atrapalha.
Já sou contra o excesso de TV.
Dia destes perguntaram por que não temos televisões nos dormitórios.
Simplesmente não temos e nem teremos, porque o dormitório é para dormir, relaxar, papear sobre o dia. Se a TV está ligada, não tem conversa que se desenvolva.
Acho certo exagero casas que possuem mais TV´s do que pessoas. Estamos presos em programas, canais que pouco nos acrescenta. Perdemos tempo, dias, horas, momentos maravilhosos porque a TV nos prende. Falta tanto conteúdo tanto na TV paga quanto na aberta, que talvez seja melhor uma TV decorativa, do que uma TV ligada.
Talvez por isso a minha TV da sala ainda não é de LED. É daquelas antigas, de 20 polegadas.
Acho que vai permanecer assim por um bom tempo. Não por falta de dinheiro. Minha prioridade passou a serem momentos bons. E ela desligada até que fica bonitinha.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

As falsas "PODEROSAS"

Como você definiria uma mulher poderosa?
Em tempos passados, uma mulher poderosa era aquela que era capaz de se impor e trabalhar fora. Ter sua independência financeira, estudo, voz ativa, cultura, conhecimento e ainda sim ser dócil, boa esposa, boa mãe, mulher, feminina, vaidosa.
Eu na minha adolescência sonhava com o dia que seria realmente uma mulher poderosa, capaz de fazer tudo isso!
Na modernidade uma mulher poderosa dança, rebola, não tem conteúdo, responsabilidade e nem sequer sabe se vestir ou cuidar de si.
Cada vez mais as roupas estão menores, os corpos deformados por tanta malhação exagerada. Nada é original de fábrica: peito, bunda, cintura entre outras infinidades de coisas que se muda não porque não gosta, mas para agradar nem ela mesma sabe ao certo quem.
Ser poderosa, é viver” periguetando”. 
Em outros tempos ter beijados vários já era símbolo de vergonha, hoje se contam com quantos já foi pra cama.
Saem em uma noite beijam todos, se deitam com vários, rebolam até ter cãibras e saem felizes da vida, porque a noite foi boa.
E ai durante o dia querem falar de sonhos, de amor, de casamento, de respeito.
Meio contraditório.
Dia desses ouvindo a letra da música que relata a poderosa moderna, fiquei pensando. Será vantagem mesmo dançar e rebolar, assustar as fogosas e invejosas e deixar todo mundo de cara em um baile?
Eu, mesmo estando em tempos modernos, prefiro acreditar que sou poderosa da minha maneira!
Fico de cara com a falta de amor próprio e a preparação da hora das poderosas que no fundo não tem poder algum sobre si, já que quem dita o que ela deve fazer para se sentir poderosa é o mundo, o outro, a invejosa.
Acho mesmo é que estou ficando velha, ou não pertenço a essa época.
Talvez eu seja a poderosa do século passado. E quer saber? Eu sou feliz assim.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Olhos que não veem



Está cada dia mais comum encontrarmos pessoas com uma excelente visão ocular, mas que são cegos se tratando dos olhos da alma.
Incapazes de enxergar o problema do outro. E não só problema que vai exigir desprendimento financeiro (seria fácil entender, caso fosse). Ninguém mais tem paciência com o outro. Se o outro está numa fase difícil, estender a mão virou algo de outro mundo. É como se pontes não existissem. E a vida fosse mesmo um abismo em que a qualquer hora podemos cair.
Não sabemos mais se existe alguém disponível que queira rir, chorar ás mágoas, falar bobeira, criticar qualquer porcaria, dividir um segredo.
Estamos numa fase egoísta. Em que pensar em si é mais fácil, mais prazeroso. O outro que se dane!
E as relações cada vez mais superficiais. Sejam elas de amizade, namoro, casamento, irmão, família. Está mais fácil ficar online do que de coração aberto.
 Se queremos contar um problema ao invés de marcar um café, entramos no Facebook. Simplesmente porque lá está cheio de pessoas com a mesma dificuldade: a Carência.
Estamos carentes de afeto, de abraço, de ombro amigo, de sorrisos, de lágrimas, de sentimento, de ouvir, de falar, de conteúdo.
Hoje o EU está acima de qualquer coisa. Infelizmente!
Saudades do coletivo, de conjugar o nós!
Para onde foi o que era nosso e deu lugar ao meu?
Volte para esse mundo! Por favor!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Valores Inversos



Dia destes, cheguei em casa querendo desperdiçar meu tempo. Tomei um banho, um café quentinho e decidi assistir novela. Era um daqueles dias que decididamente não queria fazer nada.

Liguei a TV e fui ver a tão comentada novela das 8 que começa as 9. E me deparei com uma inversão de valores absurda.
Não sou tão retrógrada, nem tão pouco santa do tipo que se casou virgem e conheceu apenas um homem. Mas sou da época ainda que os contos de fadas nos serviam de inspiração.

Não que isso fosse bom, porque talvez esperávamos homens perfeitos demais, coisa que só existe no Era uma vez e felizes para sempre. Nem eu mulher, sou perfeita!
Hoje na modernidade, o conto de fadas é outro.

Mas até ai...cabe outra discussão.

Ao ver uma cena fiquei cho-ca-da! 

Antes perder a virgindade era algo idealizado, pensávamos no amor depois no sexo. Hoje vem o sexo e depois o amor. E com isso ninguém consegue entender o porque cada vez mais existem pessoas tão vazias de si, com depressão e tantas outras doenças da alma.

Parece engraçado uma gordinha procurar desesperadamente um homem para perder a virgindade. Engraçado seria se não fosse trágico!

Acaso as gordinhas não são desejadas? Ou é anormal ser virgem? 

Valores inversos. Parece uma coisa animal em que o instinto manda no ser humano, não o ser humano no instinto.

Ainda sou da época em que pessoas procuravam amores e o sexo era apenas uma consequência disso. Muito bom sexo casual? Melhor ainda sexo com amor, com respeito, sem ferir a dignidade do outro. Em que o outro naquele momento não é objeto de prazer. 
Sinto que virão milhões de problemas a frente.


Nos valores inversos, deixaremos de ter famílias unidas, filhos crescendo sem base nenhuma, a falta de respeito com o outro, a banalização dos sentimentos. E ai se no amanhã, existir tanta gente doente da alma e tanta gente desconhecendo o valor de SER PESSOA...lembraremos que lá trás escolheram os valores sem valor algum.