Hoje em dia não sei mais se eu escrevo ou se eu escrevinho.
Escrever é ter a arte de saber pontuar, colocar suas vírgulas no lugar correto, acentos, concordância verbal. Claro que não sou nenhuma pós-graduada no assunto. Cometo erros sempre. Afinal nossa língua portuguesa não é tão fácil quanto parece. Tenho o cuidado de pelo menos consultar o dicionário, coisa que tem gente que nem sabe como funciona.
Escrevinhar é a mesma coisa que rabiscar ou escrever mal, escrever sem importância.
Está mais fácil as pessoas escrevinharem do que escreverem.
Alguns erros são compreensíveis.
Outros são grotescos.
Outro dia recebi um email que dizia: caso vocês tejam em casa.
Tejam quer dizer exatamente o quê?
As pessoas estão lendo pouco e errando cada vez mais.
Simplesmente porque escrevem do jeito que falam. Não se preocupam se estão usando algo formal ou informal. Escrevem do mesmo jeito para qualquer situação.
Tudo errado.
O PIOR que isso não é problema apenas de semianalfabeto. Virou caso de graduado, pós-graduado analfabeto. Não é caso também se estudou em escola pública ou privada. Está geral. Parece que não se alfabetiza mais nesse país.
Usam tô para estou. Anciosa para ansiedade. Tejam para estejam. Quando não escrevinhaum com xd kjfjaoahqof. Que ai nem grego entende.
Esqueceram que antes de p e b se usa m. Por que de pergunta é separado, de resposta junto.
Tem é singular, têm usa-se no plural. Usam r no lugar de l. Um probrema!
Agente, concerteza e menas. É um assassinato.
Agente é quem agencia ou trata de negócios.
E os erros em campanhas publicitárias ou coisas do tipo?
Usar uma abreviação lógica como vc para você em sites de relacionamento, ou pq para porque é até aceitável. Só que isso não pode virar regra.
Vai chegar uma hora que vamos ter que ter um dicionário informal.
Não vamos entender se usam o português, se escrevem em código, em outros idiomas ou se somos nós que estamos ficando atrasados mesmo.
Complicado!
É nóis! Caminhando “para um avanço regressivo”.
Assaltaram a gramática.
3 Comentários
Acho que a raiz disso está no pequeno consumo de informação do brasileiro.
ResponderExcluirAlguém poderia questionar que o brasileiro consome sim informação, afinal, os jornais são líderes em audiência no país.
O problema é que, primeiro, o brasileiro consome informação fácil. ele não quer ler, ele quer alguém que fale para ele. Ele quer o repórter falando, quer saber das novidades pelo cabeleireiro, quer saber do remédio pelo farmacêutico, quer o professor explicando.
Ler para saber? Nem pensar. A bula do remédio é só um papel chato que atrapalha na hora de guardar de volta na caixinha.
E, segundo, o brasileiro não informa. E consome informação, mas não cria.
"Mas a quantidade de blogs está crescendo, o Brasil é o país que mais interage nas comunidades virtuais"... sim. Mas os bloggeiros não representam a média cultural do país, e os comentários dos brasileiros são: "kkkkkk", "curti", "mor gata nessa foto" e coisas assim. Não é contra-informação, não é discussão, mal passa de um "passei e li por cima"..
O brasileiro não utiliza as facetas complexas da língua portuguesa, simplesmente porque não precisa. Não é necessário acertar a grafia correta das palavras só para passar cantada na amiga piriguete, avisar que fulano pop-rock morreu, ou xingar algum time de futebol.
Se o país aprender a consumir informação complexa de verdade, esse português chulo não será suficiente.
Erro muito também, mas tento pelo menos reler o que escrevo para evitar erros de concordância ou de grafia... Mas nem isso as pessoas fazem mais...
ResponderExcluir"Mas" ou "Mais" são usados costumeiramente de forma errada;
"Seje", "esteje" ou "menas" foram inventados por alguém e viraram regra;
"Ancioso" é pra acabar com meu dia;
"Pra mim fazer", "pra mim mandar", "pra mim correr" agora é índio graduado...
E assim vamos tocando em frente desconsiderando os "concerteza", "pobrema", "agente" e tantos outros que para encontrar basta rolar o "feed" de notícias do facebook...
=)
Dói o coração ler tanta coisa errada.
ResponderExcluirAinda bem que ainda tem gente no mundo que se preocupa com isso.