segunda-feira, 14 de outubro de 2013

EU: ET!

Ás vezes me vem à certeza de que sou um ET. De que fui abduzida pelo Planeta Terra.
Calma! Não vim para cá de disco voador. Vim ao mundo como todos. Da barriga da minha mãe.
Fruto de uma relação de amor de um casal. E nessa soma surgiu o meu ser.
Cresci como todo individuo normal: fui à escola, fiz aniversários, tive adolescência, amigos, religião.
Embora inserida em um mundo cheio de pessoas, das quais observo todos os dias.
Faço questão de conversar com o desconhecido. De dar bom dia para quem quer que seja.
Coleciono conhecidos que nem imagino o nome.
Mas eu sofro de um problema. Sinto-me diferente. Fora da realidade padrão.
Não me encaixo nas medidas sociais.
Acho perda de tempo coisas que para alguns são primordiais.
Novelas, programas de mau gosto, músicas sem sentido, piadas de humor negro ofensivo... Não acho graça nestas coisas. Será que sofro de mau humor?
Não consigo acompanhar uma moda que seja estilo bolso sobrando em shorts, calças estilo código de barra. Será que sofro de cafonice?
Não sei ser uma pessoa falsa, medíocre, fingir. Será que sofro do mal de se ter uma personalidade?
Não gosto do vocabulário vulgar. Das bundas e peitos a mostra. Dos homens inchados de tanta academia. Será que sofro por ter um corpo normal, sem precisar acompanhar a ditadura do feio e bonito aos olhos de uma medida que não é a realidade das pessoas que conheço?
Não consigo sair beijando e dormindo com qualquer um. Aliás, sempre escolhi bem quem eu beijaria, tenho nojo de qualquer coisa. Será que sofro de puritanismo?
Ai me vem à dúvida que nega a minha afirmação humana. Será que faço parte desse planeta?
Seria eu anormal? Seria eu um ET? Seria eu uma pessoa lunática? Ou talvez, uma pessoa velha aos 27 anos?
Alguns raros amigos... São ETs como eu...
É acho que preciso encontrar o meu lugar.
Ser diferente é bom. Sinto-me uma embalagem única, autêntica. Porém, quem enxerga o diferente?
Qual o problema de não ser igual ao que a mídia quer? De duvidar do Jornal Nacional? De querer formular perguntas para respostas que não são convincentes? De ainda ter valores sobre o amor, a vida, o próximo?
Feliz, embora incompreendida.
Eu, uma “Etezinha” do avesso.
Comentários
1 Comentários

Um comentário: